Entrevista com o vereador Edmilson Estevam, apresentada no dia 19 de agosto de 2011 no Programa Jarles Cavalcanti.
Blog – O que o cidadão Edmilson Estevam fazia antes de entrar para a política, e o que o motivou a seguir nesse caminho?
Vereador – Eu nasci no sítio Batalha, sendo filho de uma tradicional família do Ferreiro em 1961. Em 1971, fui residir em Caicó para estudar.
Eu tinha um tio que morava em Santa Helena de Goiás, e por ele fui convidado para morar naquela cidade, e lá dei continuidade aos meus estudos.
Fui para Brasília em 1980, servir à Aeronáutica. Depois retornei para Santa Helena de Goiás.
Anos depois, vim passear aqui em Jardim. Conheci algumas pessoas, aqui namorei, aqui casei e constituí família.
Fui convidado, na época, para fazer parte dos auxiliares do então prefeito Galbê Maia.
Mais adiante, fui convidado para fazer parte de uma associação. Nessa associação, construímos açudes, posto de saúde (Campo da Paz), nós levamos essa associação para fazer algo pela gente da zona rural.
Nessa época, despertei o meu lado político e fui candidato a vereador em 1988, tendo 412 votos. Em retribuição a essa votação, eu apresentei 412 proposições, dando a cada um voto uma proposição.
Blog – De quantas eleições o vereador Edmilson Estevam participou? Fale dos seus sucessos e insucessos na disputa por uma vaga no nosso Legislativo.
Vereador – Eu participei ativamente das eleições de 1986, quando o governador era Geraldo Melo; participei das eleições de 1988, da de 1990, da de 1992, da de 1996, da de 1998, da de 2000, 2002, 2004, 2006, 2008 e 2010.
Como candidato, eu participei de seis eleições como vereador. Dentro dessas eleições, eu só não tive sucesso em uma dessas eleições. Fiquei na primeira suplência, assumindo depois de quatro meses uma cadeira na Câmara Municipal.
Foi naquela época que surgiram as candidaturas de muito dinheiro, e eu não consigo chegar num cidadão e comprar o seu voto. Era muito dinheiro, e Edmilson liso, sem ter condições de fazer uma campanha milionária com outros fizeram.
Blog – Você está há bastante tempo dentro da Câmara de Vereadores. O que você pode destacar como a sua maior conquista, como vereador, em prol da população de Jardim de Piranhas?
Vereador – Eu não tenho nenhuma conquista de modo especial. A conquista que eu vejo são as pessoas que me procuram e tento beneficiá-las de algum modo com o meu trabalho, com a minha voz.
A maior conquista do povo é ter Edmilson como vereador, porque se preocupa com os problemas do povo e procura resolvê-los.
Eu não tenho ambição em dizer que vou fazer isso para ganhar tanto, para você me dar tanto, não. A minha ambição é fazer com que o povo esteja bem e me veja como seu representante na Câmara de Jardim de Piranhas.
Blog – Você acredita que está ficando cada vez mais difícil a reeleição do vereador em Jardim de Piranhas? Você acha que o poder financeiro está falando mais alto na hora de conquistar o voto do eleitor?
Vereador – O poder financeiro sempre falou mais alto em qualquer situação, tanto é que, se você tiver dinheiro, você impõe uma candidatura.
Para quem não tem recursos financeiros acumulados, fica muito difícil. Mas as eleições a cada ano têm sua história diferente. Para mim, a eleição que seria mais fácil, acabei ficando na primeira suplência.
Nas eleições passadas, eu temi pela minha reeleição, mas, graças a Deus, consegui me reeleger.
Havia pesquisas que me colocavam em quarto lugar, e eu acabei ficando na oitava posição.
Blog – Como o senhor analisa o papel do vereador junto ao dia a dia da população?
Vereador – O vereador é o amigo da população. Se você for na minha casa de manhã cedo, você verá gente entrando e saindo, sempre com problemas para resolver.
A população confia no vereador, por isso é que o povo acredita e procura o seu representante no Legislativo.
Blog – Você já ocupou a presidência da Câmara de Vereadores de nossa cidade. Como foi, para você, presidir aquela nobre Casa?
Vereador – Foi uma experiência enorme. É da nossa cultura que quem preside a Casa tem mais importância, mas nem sempre é assim.
Mas foi uma experiência muito boa e eu saí de cabeça erguida. Fiz da Câmara Municipal um palácio digno para que se pudessem realizar as sessões. Peguei os recursos da Câmara e lá os apliquei, construindo uma mesa diretora, uma mesa de bancada, uma divisão de plenário, dei melhor condição de visibilidade à Câmara, comprei computadores, construí secretaria e tesouraria, construí o gabinete do presidente, a sala das comissões, enfim, uma relação de obras que marcaram positivamente a minha passagem como presidente do nosso Legislativo.
Todos os gastos da Câmara Municipal foram colocados no quadro de avisos, as receitas e despesas.
Contratei também um escritório de advocacia com três advogados para resolver as causas do povo.
Blog – Na sua opinião, por que a comunidade, normalmente, não comparece às sessões da Câmara?
Vereador – Em todas as Câmaras que você vai por aí afora, se não houver brigas, o povo não vai assistir às sessões. Aqui em Jardim, nós ainda temos uma assistência de seis, sete, dez pessoas a cada sessão que acontece.
Às vezes, o presidente Luís se queixa que, apesar de um plenário tão moderno e bonito como aquele, o povo não vai assistir às sessões. Eu explico que é porque não tem hábito.
Muitas vezes, as pessoas até se envergonham de entrar num ambiente daquele. Mas a população precisa saber que ali é a Casa do Povo, onde ele pode reivindicar, pedir, criticar.
Mas isso não acontece só em Jardim de Piranhas.
Blog – Todos os vereadores aqui entrevistados fizeram alguma ressalva quanto ao atendimento dos seus pleitos pelo secretariado municipal. Como tem sido sua relação com esses auxiliares do prefeito Antônio Macaco? Você tem alguma crítica a fazer ao trabalho deles?
Vereador – A demanda, em Jardim de Piranhas, é muito grande. A Secretaria de Obras, por exemplo, tem uma demanda muito grande, e falta uma mão de obra especializada. Não precisava da intervenção de um vereador para, por exemplo, cavar uma fossa, pedir uma caçamba de areia...
Mas eu não tenho muito a reclamar. A orientação do prefeito é de que todos os pleitos sejam atendidos.
Eu acho, apenas, que deveriam ter um trabalho em equipe, para resolver problemas localizados. Faltam equipe, direcionamento e agenda. Falta isso, que são coisas pequenas que podem ser aprimoradas.
Os secretários têm vontade de trabalhar, mas falta equipe.
Blog – O prefeito Antônio Macaco é um grande amigo seu, e hoje é fundamental para o município que haja um bom relacionamento entre o Legislativo e o Executivo, No entanto, o papel do vereador é também o de fiscalizar todos os atos do Executivo. Você , como vereador, está cumprindo esse papel?
Vereador – Eu tenho por Antônio Macaco um enorme respeito e admiração, como toda a população de Jardim de Piranhas. Ele é uma pessoa que tem uma enorme vontade de servir ao povo de Jardim.
Eu sou situação e estou sendo líder do prefeito porque sei das qualidades do prefeito. E quanto à questão da fiscalização, nós somos todos da situação, talvez seja a única cidade do Seridó que não existe oposição.
Mas nós, quando precisamos cobrar, nós cobramos. Existem os vereadores para fiscalizar. Uns fiscalizam com mais intensidade, outros, não.
Blog – Na sua visão, fazendo uma análise dos principais pilares da atuação do Executivo – educação, saúde, agricultura e urbanização –, o que melhorou e o que piorou em nossa cidade nesses seis anos e meio de administração de Antônio Macaco?
Vereador – O povo diz que o prefeito Antônio Macaco trabalhou muito no primeiro mandato, mas, no segundo, parou. Isso não é bem verdade. O prefeito continua trabalhando, e tem a credibilidade dos representantes das altas esferas do poder.
Com a queda do nosso coeficiente, os recursos foram diminuídos, ficando mais difícil de continuar o trabalho naquele ritmo.
Estamos construindo uma praça, um posto de saúde, acabamos de entregar o matadouro público, conseguimos uma caçamba nova e muito mais.
O Banco do Brasil está vindo aí. No entanto, o que mais abala a administração de Antônio é a falta de moradia para o povo, que vai ser resolvido em parte com a construção de casas do programa Minha Casa, Minha Vida.
Blog – Você é um representante que tem uma base forte na zona rural. Você acredita que essa área da cidade carece de investimentos públicos ou os nossos administradores têm dado a devida atenção à população rurícola, ao homem do campo?
Vereador – O homem do campo tem tido muita atenção, mas não a que ele realmente deveria receber.
Nós conseguimos máquinas para melhorar as estradas, o trator vive cortando terras na zona rural. Temos dentista e médico na zona rural, sem contar com a participação ativa dos agentes de saúde desse setor.
O que falta é agenda, planejamento.
Blog – Falando agora em sucessão municipal. Levando-se em consideração as duas pré-candidaturas apresentadas até o momento – Rogério Soares e Elídio Queiroz –, com quem deve ficar o vereador Edmilson nas eleições de 2012? Ou você acredita que um novo nome pode surgir nesse cenário?
Vereador – Nós não estamos aqui para mentir. Existem duas pré-candidaturas expostas: uma do meu primo Elídio Queiroz e outra do meu amigo Rogério Soares.
No entanto, o candidato que eu me preparei para votar nele, foi Luís Macaco, porque vejo nele todas as qualidades para fazer uma extraordinária administração em Jardim de Piranhas.
Luís não podendo ser candidato, aí eu queria ser. Gostaria muito que tivesse aqui pré-candidatos com projetos, mas até agora nenhum dos dois me apresentaram esses projetos.
De acordo com uma enquete de um blog da cidade, 69% das pessoas estão querendo uma terceira via. Diante disso, eu vou bater no peito e afirmar: eu sou pré-candidato a prefeito de Jardim de Piranhas. Saindo daqui, vou conversar com meus líderes e afirmar que sou pré-candidato a prefeito de Jardim porque tenho, entre muitos requisitos, uma extensa lista de serviços prestados ao povo de Jardim de Piranhas.
Agora, quando chegar alguém com um projeto, eu posso reavaliar minha posição.
O prefeito Antônio Macaco foi o prefeito que mais trabalhou em Jardim de Piranhas, mas temos mais ou menos 7 mil pessoas sem calçamento em Jardim de Piranhas. Temos pouco mais de 30% de esgotos sanitários, temos bairros e bairros sendo criados, e precisamos de um prefeito com dedicação e vontade de trabalhar.
Blog – O vereador Edmilson vai exigir mesmo que coloquem seu nome para análise do seu sistema na corrida pela prefeitura?
Vereador – Eu não vou exigir nada, porque isso não faz parte de mim.
Certo dia, estávamos almoçando com o prefeito Antônio Macaco, e este me disse que eu seria seu candidato a prefeito, tendo João Dantas como vice.
Quando se faz uma pesquisa, no item rejeição, os índices de Edmilson e João Dantas são mínimos, quase não têm rejeição.
Não havendo rejeição, eu tenho condição de ir adiante, de subir. Eu não tenho dúvidas de que, quem Antônio apoiar, ele será eleito.
Sou pré-candidato a prefeito, mas só sairei com o apoio de Antônio Macaco.
Blog – Você acredita nas renúncias de Antônio e Galbê e uma possível candidatura de Luís Macaco?
Vereador – Eu acredito. Eu acho que, se for legal, isso deve acontecer.
Blog – Você é favor do acordo Maia/Macaco? Em que ângulos esse acordo pode ser considerado benéfico e em que aspectos ele pode ter prejudicado a população jardinense?
Vereador – Eu achei muito boa e aprovei essa união. Nada mais terrível do que enfrentar uma eleição igual à de 2000. Todas aquelas brigas existentes na época acabaram, e estamos vivendo um novo tempo em Jardim de Piranhas.
Blog – Como os cidadãos podem acompanhar o seu trabalho de vereador? Você não acha que falta divulgação ao trabalho desenvolvido por vocês vereadores?
Vereador – O povo acompanha meu trabalho pelo rádio, pelas sessões, acompanha diariamente no contato pessoal. Eu tenho certeza de que o povo está satisfeito com o meu trabalho como vereador.
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